Uma nova tecnologia norte-americana em aparelho de surdez vem sendo testada com sucesso pelo Hospital das Clínicas (HC). Trata-se de um equipamento que permite melhor qualidade de som e, até o momento, é o que há de mais moderno na questão estética, por ser totalmente invisível. A técnica já foi testada em dez pacientes no HC e em cerca de 300 no mundo.
Podem usar o aparelho apenas pessoas que sofrem de perdas auditivas moderadas a graves, e que não tenham infecções crônicas no ouvido.
Segundo o otorrinolaringologista Ricardo Ferreira Bento, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a principal diferença da nova técnica em relação aos aparelhos tradicionais é a qualidade do som. O novo equipamento permite melhor distinção de ruídos que ocorrem ao mesmo tempo e minimizam os barulhos de fundo, uma das principais reclamações de quem usa aparelhos de surdez.
Outro beneficio é que ele pode ser usado 24 horas e em qualquer situação — durante o sono, no banho e até na natação. “A receptividade foi excelente, especialmente no que diz respeito à possibilidade de uso em qualquer atividade’: diz Bento.
Corte atrás da orelha
A implantação do aparelho é feita por uma cirurgia, onde ele é colocado através de um corte atrás da orelha e fica imperceptível. Como explica o médico, após sete anos, em média, é preciso trocar a bateria do aparelho. Para isso, é necessária outra operação, mais simples e rápida, com anestesia local.
Já a bateria dos aparelhos eletrônicos atuais dura, no máximo, 15 dias. O novo aparelho passou por avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a pesquisa. Por enquanto, o aparelho é vendido apenas na Europa, por 18 mil dólares (R$ 33 mil).