SURDEZ DA CÓCLEA OU DO NERVO AUDITIVO.
Também conhecida pelos médicos por surdez neurossensorial ou sensorioneural
É a forma mais comum de surdez.
As causas podem ser várias desde problemas menores como diminuição na irrigação sangüínea do ouvido até mais sérias como tumores cerebrais. Estes problemas também ocorrem como parte do processo de nosso envelhecimento. A partir de 55 anos de idade a audição pode começar a diminuir como acontece com a visão em idade menor ainda. Esta diminuição normal da idade varia muito de pessoa para pessoa e está normalmente ligada a herança genética, a condições anormais a que o ouvido foi exposto durante a vida (barulho intenso, infecções etc..) ou a doenças gerais como hipertensão arterial e diabete que podem afetar o ouvido.
Existem muitos mitos e desinformações sobre surdez.
As pessoas geralmente falam que não há nada o que se pode fazer para surdez. Atualmente a grande maioria das pessoas podem ser ajudadas.
Outra desinformação é que acupuntura ou homeopatia pode curar a surdez. Não há nenhuma evidência científica quanto a isso.
Outro mito é que aparelhos de audição não ajudam, porém a grande maioria pode ouvir muito bem com um aparelho bem adaptado e prescrito por médico. Não se deve comprar aparelhos de audição na loja ou por propagandas de rádio e televisão.
Atualmente existem aparelhos extremamente avançados mesmo quando os aparelhos comuns de audição não funcionam bem, como próteses auditivas implantáveis, implantes cocleares, implantes de tronco cerebral e próteses implantáveis no osso. O médico otorrinolaringologista vai poder orientá-lo da melhor maneira.
CAUSAS DA SURDEZ DO NERVO
Existem muitas causas da surdez do nervo.
Duas das mais comuns são:
- Exposição à ruído de alta intensidade ou sons altos.
- Presbiacusia (surdez pela idade)
Outras causas incluem:
- Viroses (rubéola, caxumba)
- Meningite
- Uso de certos medicamentos ou drogas
- Propensão familiar (hereditárias)
- Traumas na cabeça
- Doenças cárdio-circulatórias
- Defeitos congênitos
- Alergias
- Problemas metabólicos (diabete por exemplo)
- Tumores
O diagnóstico precoce é crucial para poder controlar e tratar a maioria das causas da surdez.
SEMPRE HÁ ALGUMA COISA A SE FAZER
Nas pessoas com problemas alérgicos ou metabólicos existe tratamento medicamentoso.
Nos tumores o é tratamento cirúrgico. Em muitos casos não existe a cura do problema, porém um aparelho auditivo restaura a audição. É como usar óculos para quem não enxerga. Os aparelho auditivo tiveram grande avanço tecnológico nos últimos anos e hoje são de muita boa qualidade. Só dependem de uma boa escolha.
Os aparelhos auditivos, assim como os óculos, não curam a surdez mas fazem a pessoa ouvir bem o que é um primeiro passo para o restabelecimento de um bem estar individual social, econômico e emocional.
Alguns pacientes podem também se beneficiar com algumas formas de reabilitação que incluem “leitura labial” (habilidade em compreender o que as pessoas falam observando o movimento de seus lábios), aprendendo a se afastar de locais ruidosos cujo barulho atrapalha a compreensão das palavras e ensinando a família a falar mais devagar e com clareza.
Existem também algumas pessoas que optam pela reabilitação das pessoas surdas com linguagem de sinais. Porem nós médicos preferimos sempre reabilitar as pessoas para escutar e se comunicar falando pois com isso ela poderá mais facilmente se adaptar na vida social e profissional dos ouvintes.
Procure sempre um otorrinolaringologista se você ou alguém próximo a você:
- Não entender direito o que as pessoas falam
- Usar o rádio ou TV muito alto
- Pedir para repetir o que as pessoas falam
- Um ouvido escutar mais do que o outro
- Tiver que fazer esforço para ouvir
SURDEZ DE CONDUÇÃO
A surdez de condução é aquela que afeta o ouvido externo ou médio e acontece quando as ondas sonoras não são bem conduzidas para o ouvido interno.
Entre as causas estão:
- Excesso de cera no ouvido.
- Catarro no ouvido (Otite Secretora ou Otite Serosa)
- Infecções agudas do ouvido.(Otite Média Aguda)
- Perfuração Timpânica
- Infecções Crônicas do Ouvido (Otite média Crônica) e suas conseqüências (seqüelas).
- Doenças que provoquem a imobilização de um ou mais ossinhos do ouvido. (Otosclerose).
- Tumores do ouvido externo e médio.
Normalmente os problemas de surdez de condução podem ser resolvidos por tratamento médico (remédios) ou por cirurgia.
Excesso de cera no ouvido
A cera á uma produção normal da pele do canal externo de nosso ouvido. Ela serve para proteger a pele fina que reveste o canal do ouvido contra germes e substâncias que podem contaminá-la ou feri-la. A cera de dentro do canal não deve ser retirada. Cera não é sujeira. Devemos somente retirar com uma toalha, por exemplo, a cera que aparece na orelha por estética. Não devemos introduzir nada dentro do canal do ouvido (Hastes flexíveis com algodão –cotonetes R ou similares), pois alem de tirar o revestimento normal de cera, ainda podemos empurrá-la mais para o fundo do ouvido onde normalmente não tem cera e entupi-lo.
As vezes tem pessoas que produzem muita cera a vida toda ou em algumas fases da vida e chega a formar um tampão que impede a passagem do som. Este tampão ou “rolha” de cera deve ser removida por médico. Não faça lavagem ou remoções em farmácias ou com pessoas não habilitadas que podem causar problemas graves como perfuração no tímpano ou infecções.
Infecções no ouvido
As infecções do ouvido que causam problemas de surdez de condução podem ser:
- Da pele do ouvido externo (canal do ouvido)
Chamada de “otite externa”. Normalmente são causadas por traumas com hastes flexíveis e outros instrumentos que são usados para coçar o ouvido como tampas de canetas ou similares ou por entrada de água contaminada. - Da membrana do tímpano ou ouvido médio.
Otite média secretora ou serosa
É uma doença que ocorre quando permanece um catarro ou secreção dentro do ouvido médio. Isto pode acontecer por um mal funcionamento da tuba auditiva, quando a gente está resfriado ou gripado e vai catarro para o ouvido e não consegue sair ou quando a gente submete o ouvido a diferenças importantes de pressão.
Para entendermos melhor vamos ver como é a tuba auditiva e como ela funciona.
A tuba auditiva é canal de aproximadamente 2 cm estreito que comunica o ouvido médio e a chamada rinofaringe, que é a comunicação entre o nariz e a garganta, por onde passa o ar que respiramos. A abertura do canal é logo no fundo do nariz.
A tuba funciona como uma válvula que serve para igualar as pressões do ouvido médio (que é preenchido por ar) e do ar exterior e para drenar secreções que normalmente são formadas dentro do ouvido médio. Ela é a única comunicação que o ouvido médio tem com o exterior. Quando ela está funcionando normal, ela periodicamente se abre por algumas frações de segundo (aproximadamente uma vez cada 3 minutos), sempre quando engulimos algo (saliva por exemplo) ou bocejamos ou mastigamos. Outras manobras não naturais podem fazer a tuba abrir como aquela que fazemos ao mergulhar fundo ou quando estamos descendo ou subindo alguma serra ou em avião, em que forçamos a entrada do ar no ouvido tampando o nariz e a boca e tentando assoprar.
Este ar que tem que periódicamente entrar no ouvido, é absorvido pela tapete mucoso de revestimento do ouvido médio.
Qualquer coisa que interfira neste mecanismo de válvula resultará em problemas de audição ou em outros sintomas no ouvido.
A obstrução ou “entupimento” da tuba vai resultar em pressão negativa dentro do ouvido médio com retração da membrana do tímpano que é muito fina e mole.
Este acontecimento no adulto se apresenta como uma sensação de desconforto no ouvido ou sensação de “ouvido cheio” ou pressão no ouvido (acontece por exemplo quando há mudanças bruscas de altitude ou gripes). Esta sensação pode levar a uma diminuição da audição e/ou um barulho dentro do ouvido (normalmente tipo chiado).
As crianças podem não apresentar nenhum sintoma, pois elas muitas vezes não são capazes de contar esta sensação, mas a família ou na escola percebem que ela está distraída ou aumenta o volume da televisão ou fala alto.
Se este “entupimento” da tuba permanece, a secreção que é formada no ouvido não tem por onde drenar e fica dentro do ouvido médio causando uma doença chamada “otite secretora ou otite serosa”. Em crianças esta condição é bem comum quando há associado infecções de vias aéreas superiores (gripes, amigdalites, otites, rinites, faringites).
Em outros casos ocorre o contrário, isto é, a tuba abre mais que o necessário, ou permanece aberta. Isto é mais raro do que a situação anterior, porém os sintomas são de infecções frequentes do ouvido pois as secreções do nariz podem ir para o ouvido.
Otite média serosa é o nome que se usa para descrever uma coleção de líquido ou catarro dentro do ouvido médio. Isto pode ser agudo ou crônico. Os sintomas são aqueles que descrevemos acima.
A otite serosa aguda é geralmente resultado de um bloqueio da tuba auditiva devido a uma infecção tipo gripe ou uma crise de alergia. Esta secreção pode se infectar com uma bactéria ou um vírus e se tormar uma otite média aguda. Se nào ocorrer a infecção este líquido ou catarro pode ser absorvido ou drena pela tuba auditiva para a garganta e a situação se resolve.
A otite serosa crônica é resultado de um bloqueio permanente ou por um “engrossamento” do líquido virando quase uma cola e que não vai por isso ser absorvido ou drenado pela tuba. Esta condição geralmente leva a uma diminuição da audição, pode ter fases de dor de ouvido, quando este catarro se infecciona. Felizmente a otite média pode permanecer por muitos anos sem produzir nenhuma sequela importante no ouvido, mas se houver infecções frequentes estas infecções podem levar a sequelas.
A otite serosa é muito comum na criança entre 2 a 8 anos e pode prejudicar o desenvolvimento da fala pois nesta faixa etária é muito importante que a criança ouça bem para falar bem e aprender. Muitas crianças com mal desenvolvimento escolar ou distraídas foram rotuladas como crianças problema, com alterações psicológicas e tinham na verdade uma otite serosa e não escutavam bem, por isso adotavam aquele comportamento.
As causas da otite serosa podem ser congênitas, devido a infecções, devido a alergias ou por bloqueio da tuba auditiva por adenoides (LINK). Todas estas causas se referem a alterações no funcionamento da TUBA AUDITIVA.
O tratamento da otite serosa aguda é médico, seu médico vai poder escolher melhor dependendo do caso. Pode ser antibióticos, antialérgicos, descongestionantes ou sprays nasais. Outra coisa útil é incentivar a mastigação (que faz a tuba abrir) usando chiclets por exemplo. Assoprar enchendo aqueles balões de festa também ajuda. Seu médico poderá também fazer algumas manobras assoprando ar com uma seringa pelo nariz para forçar a abertura da tuba. Estas manobras não devem ser feitas quando se está gripado, pois secreção da gripe pode entrar na tuba auditiva. Às veses seu médico pode fazer um pequeno furo na membrana do tímpano (se chama paracentese ou “lancetar” o ouvido) e com isso aliviar os sintomas.
O tratamento da otite serosa crônica além de incluir os tratamento médicos descritos acima quando não se resolve pode necessitar de cirurgia. Seu médico otorrinolaringologista vai poder orientar seu caso. Esta cirurgia consiste em fazer uma pequena insição na membrana do tímpano e colocar um dreno para entrar ar no ouvido. Este dreno chama-se tubo ou tubinho de ventilação. Ele é de plástico e tem a forma aproximada de um “carretel” de linha de costura.
Em adultos isto pode ser feito no consultório.
Em crianças precisa ser feita uma anestesia geral e normalmente se tira também as adenóides, que podem estar provocando a doença.
Esta cirurgia é muito simples e requer somente internação diurna e um ou dois dias depois a criança estará normal.
OTITE MÉDIA AGUDA
O que é otite média aguda ?
É uma inflamação do ouvido médio, que pode ocorrer de uma infecção. Pode ocorrer em um ou nos dois ouvidos. A otite média é o diagnóstico mais frequente na criança pequena. Ocorre mais nos meses do outono e do inverno.
É sério ?
Sim é sério pois a dor é muito forte e pode levar a perda de audição, porém se tratada rapidamente não deixa nenhum problema posterior.
Ela pode também se espalhar para estruturas próximas como a mastoide e até para a meninge.
Quais são os sintomas ?
Em crianças pequenas, preste atenção se:
- Ela puxa ou mexe muito no ouvido.
- Se chora a toa e fica muito irritada.
- Febre.
- Vomitos
- Secreção saindo do ouvido.
Em crianças jovens, adolescentes e adultos preste atenção em:
- Dor de ouvido
- Sensação de pressão no ouvido ou ouvido “cheio”.
- Tonturas
- Nausea ou vomitos
- Secreção saindo do ouvido
- Febre.
O que causa a otite média aguda?
Uma infecção causada por um germe, uma bactéria ou um vírus.
Tratamento
O seu médico otorrinolaringologista vai poder orientar cada caso. O tratamento pode incluir, antibióticos, antialérgicos, analgésicos e até mesmo a realização de um paracentese ou lancetar ou ouvido ( fazer um pequeno furo no tímpano) para drenar a secreção.
PERFURAÇÃO TIMPÂNICA- OTITE MÉDIA CRÔNICA
Uma perfuração na membrana do tímpano pode acontecer por um trauma causado por objeto enfiado no canal do tímpano, ou por algo que causa uma pressão no canal do ouvido (tapa, mergulho ou até mesmo um beijo no ouvido). A perfuração pode também ser causada por uma infecção que levou a uma ruptura da membrana do tímpano e não houve cicatrização. A membrana do tímpano é feita de pele.
Quando a pessoa tem uma perfuração no tímpano ela tem uma otite média crônica que por vezes faz o ouvido infeccionar e vazar pus. Há também uma surdez e pode também se complicar com infecções em regiões vizinhas (meninge, cérebro ou no nervo da face causando paralisia facial-LINK)
A infecção pode afetar os ossinhos do ouvido e pode até resultar em um crescimento de um tumor chamado colesteatoma.
Quando você tem uma otite média crônica não pode deixar entrar água no ouvido. Quando o ouvido estiver vazando você deve procurar o médico otorrinolaringologista que lhe orientará.
A perfuração timpânica e a otite média crônica tem tratamento cirúrgico.
O seu médico otorrinolaringologista vai poder orientar qual a mais adequada.
Tipos de Cirurgia:
Timpanoplastia
Ela tem como objetivo restaurar a membrana do tímpano que está perfurada e se possível melhorar a audição restaurando os ossinhos (martelo, bigorna ou estribo) que estejam alterados.
A cirurgia pode ser feita com anestesia geral ou anestesia local e sedação.
Dependendo do tamanho da perfuração no tímpano pode ser feita através do canal auditivo, por um pequeno corte no canal ou por um corte atrás da orelha.
Para reparar o tímpano pode ser usado uma membrana que recobre um músculo ou que recobre uma cartilagem da orelha.
O tempo de permanência no hospital normalmente é de um dia.
RISCOS E COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA
Em toda cirurgia existem riscos e complicações que são raras mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. Nesta cirurgia estamos explicando o que pode acontecer em alguns casos. Qualquer dúvida pergunte ao seu médico que ele lhe explicará com detalhes.
Riscos e complicações da Timpanoplastia
1- Infecção no ouvido
Podemos ter infecção no ouvido operado ou mesmo manter a mesma infecção de antes da cirurgia. Esta infecção é tratada com medicamentos, mas outra cirurgia pode ser necessária.
2- Perda da audição
Em qualquer cirurgia de ouvido pode haver uma perda da audição do ouvido operado. Normalmente a perda é leve, mas em casos raros pode ser severa e permanente
3- Zumbido
É bastante raro o aparecimento (barulho) no ouvido depois da cirurgia
4- Tontura
Este tipo de cirurgia muito raramente dá tontura. Se isto acontecer normalmente dura apenas algumas semanas.
5- Distúrbio de gosto
Em alguns casos o paciente pode sentir um gosto metálico ou diferente na boca durante alguns dias
6- Fraqueza na face
Outra complicação rara é a fraqueza na face, que quando acontece após esta cirurgia normalmente dura poucos dias.
MASTOIDECTOMIA
A mastoidectomia é uma cirurgia que é realizada quando existe uma infecção no osso chamado “osso temporal” onde está contido as estruturas do ouvido. A mástoide é parte do ouvido e é um osso poroso como se fosse um “queijo suíço” e quando a otite média crônica se espalha por esse osso é necessário retirá-lo. A cirurgia começa por uma incisão atrás da orelha por onde se expõe o ouvido e mastóide. Utilizamos um microscópio cirúrgico e um micromotor com brocas. Com o micromotor limpamos toda doença existente na mastóide (osso atrás do ouvido) e expomos a cavidade timpânica, local onde estão os ossinhos do ouvido (martelo, bigorna e estribo). Dependendo da doença , temos que limpar toda esta região também, retirando os ossinhos e tornando o ouvido e a mastóide uma só cavidade. Isto deve ser feito em casos de colesteatomas ou infecção importante. Esta cirurgia se chama mastoidectomia radical. Nesta cirurgia temos que adaptar o conduto auditivo externo tornando-o maior. Isto se chama meatoplastia.
Um outro tipo de mastoidectomia pode ser feita quando a doença não está tão evoluída. Chama-se timpanomastoidectomia e é basicamente a mesma cirurgia porém o mecanismo de audição é refeito (os ossinhos são refeitos).
RISCOS E COMPLICAÇÕES DA MASTOIDECTOMIA
A cirurgia tem o objetivo de tratar uma infecção que não é possível ser tratada apenas com medicamentos. Esta cirurgia se chama mastoidectomia e poderá ser feita de modo que preserve o mecanismo da audição ou, se o problema for uma doença chamada colesteatoma esta cirurgia terá que ser mais ampla, ou seja, o mecanismo da audição do lado operado não será refeito e portanto o ouvido operado terá uma audição igual ou pior que antes da cirurgia.
Em toda cirurgia existem riscos e complicações que são raras mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. Nesta cirurgia estamos explicando o que pode acontecer em alguns casos. Qualquer dúvida pergunte ao seu médico que ele lhe explicará com detalhes.
6- Infecção no ouvido
Podemos ter infecção no ouvido operado ou mesmo manter a mesma infecção de antes da cirurgia. Esta infecção é tratada com medicamentos, mas outra cirurgia pode ser necessária.
7- Perda da audição
Em qualquer cirurgia de ouvido pode haver uma perda da audição do ouvido operado. A perda total da audição é uma complicação muito rara.
8- Zumbido
É bastante raro o aparecimento (barulho) no ouvido depois da cirurgia
9- Tontura
Este tipo de cirurgia muito raramente dá tontura. Se isto acontecer normalmente dura apenas algumas semanas.
10- Distúrbio de gosto
Em alguns casos o paciente pode sentir um gosto metálico ou diferente na boca durante alguns dias
11- Fraqueza na face
Outra complicação rara é a fraqueza na face, que acontece quando o nervo da facial é acometido durante a cirurgia. Normalmente essa fraqueza volta após um tempo mas pode ser em casos muito raros uma paralisia total.
A mastoidectomia é uma cirurgia que visa erradicar a doença infecciosa do ouvido, que não pode ser tratado apenas com medicamentos. Existem alguns tipos de mastoidectomias, que variam conforme a gravidade da doença.
As vezes precisamos operar novamente para fazer uma revisão do local já operado e ver se não há recidiva do problema. Isto normalmente é feito 1 ano após a primeira cirurgia.
- Imobilização de um ou mais ossinhos do ouvido. (Otosclerose)
A otosclerose ou otospongiose é uma causa comum de surdez e é hereditária. Normalmente alguém em sua família já teve este problema. Algum de seus descendentes também podem vir a ter este problema.
Na otosclerose o que acontece é que ocorre alterações no osso chamado estribo que fazem com que ele se imobilize e transmite menos o som para a cóclea. Estas alterações também podem ocorrer em regiões da cóclea levando a surdez da cóclea (SURDEZ NEUROSSENSORIAL).
A otosclerose normalmente é mais comum em mulheres do que em homens, é rara na raça negra, aparece normalmente na faixa etária entre 20 e 30 anos, piora quando a portadora fica gravida. Na maioria dos casos (70%) ela afeta um só ouvido. Alguns casos podem ser acompanhados de zumbido (barulho no ouvido).
A surdez é progressiva, isto é vai piorando com o tempo, lentamente ou rapidamente. Quando a pessoa atinge uma faixa etária acima de 50 anos piora muito e pode chegar até a surdez total.
Otosclerose do estribo- Usualmente as alterações no osso se espalham no estribo e impedem ou diminuem sua movimentação. Isto impede a transmissão da vibração sonora para a cóclea. Este tipo de otosclerose é corrigível com cirurgia.
Otosclerose da cóclea- quando as alterações no osso se espalham pela cóclea afetam as células que transformam a energia mecânica do som em energia elétrica que será transmitida para o cérebro. Esta forma de otosclerose não tem tratamento cirúrgico.
Para saber qual o tipo de otoscerose o seu médico otorrinolaringologista vai pedir alguns exames entre eles audiometria.
Tratamento
Existem alguns tratamentos médicos (remédios) que podem fazer a doença estacionar ou ter evolução mais lenta.
Consulte seu médico otorrinolaringologista. O remédio não faz a audição melhorar.
Aparelho auditivo pode ser usado para qualquer tipo de otosclerose.
Quando a doença se dá no estribo existe a possibilidade de cirurgia ela se chama estapedectomia. A cirurgia consiste na troca do estribo por uma prótese artificial.
Esta cirurgia tem o objetivo de substituir um pequeno osso do ouvido que se chama estribo por uma prótese de plástico ou metal.
Esta cirurgia é realizada com um microscópio através do canal externo do ouvido. Pode-se também ser feito um pequeno corte junto ao orifício do conduto auditivo externo. A cirurgia pode ser feita com anestesia geral ou anestesia local e sedação.
Em toda cirurgia existem riscos e complicações que são raras mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. Nesta cirurgia estamos explicando o que pode acontecer em alguns casos. Qualquer dúvida pergunte ao seu médico que ele lhe explicará com detalhes.
RISCOS E COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA
1- Tontura
Tontura leve pode ocorrer nos primeiros dias da cirurgia, podendo permanecer por algumas semanas. Muito raramente temos tontura que persiste por muito tempo. Se isto acontecer existem medicamentos que controlam esta tontura.
2- Distúrbio de gosto
Alguns pacientes sentem gosto ruim na boca por alguns dias após a cirurgia muito raramente pode ficar permanente.
3- Perda da audição
Toda cirurgia no ouvido pode haver alguma perda da audição, sendo raro (menos de 2%) os casos de perda auditiva importante. Em alguns casos pode não haver melhora da audição de como estava antes da cirurgia.
4- Zumbido
Zumbido quer dizer barulho no ouvido. Em casos raros ele pode aparecer após a cirurgia.
5- Perfuração no tímpano
Ë muito difícil que uma perfuração no tímpano aconteça na cirurgia. Quando isto acontece normalmente o tímpano cicatriza sozinho ou o médico faz uma cirurgia para fechar a perfuração.
6- Fraqueza na face
Outra complicação rara é a fraqueza na face, que quando acontece após esta cirurgia normalmente dura poucos dias.
TUMORES DO OUVIDO
Vários tipos de tumores podem ocorrem no ouvido, isso deve ser diagnosticado pelo seu médico otorrinolaringologista. Por isso nunca procure tratamento com aparelhos de audição em propagandas de TV, jornais, revistas ou rádios ou com profissionais não médicos como fonoaudiólogos, sem antes fazer uma consulta médica e realizar o diagnóstico de sua doença e sem orientado o tratamento. Há vários casos de pessoas que procuram tratamento sem orientação médica e apresentam doenças graves como tumores e perdem tempo precioso para a cura da doença que pode se tornar incurável se não tratada a tempo.
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SURDEZ RETROCOCLEAR.
Acontece quando o nervo auditivo está danificado ou inexiste. Essa surdez é profunda e permanente. Os aparelhos auditivos e os implantes cocleares não têm utilidade porque o nervo coclear não pode transmitir a informação auditiva ao cérebro. Depois de avaliação médica, o implante de tronco cerebral pode ser útil.
SURDEZ MISTA: DE CONDUÇÃO E DO NERVO.
A surdez mista é uma combinação de perda auditiva condutiva com perda auditiva neurossensorial. Ela acontece quando o problema está presente no ouvido médio e interno, ao mesmo tempo.