PRÓTESES AUDITIVAS ACÚSTICAS.

As próteses auditivas acústicas – que também podem ser denominadas de aparelhos de amplificação sonora individual ou aparelhos auditivos – são opções para o tratamento dos diferentes tipos de perda auditiva e podem ser usadas em bebês de poucos meses de idade até idosos.
Composta por microfone, amplificador de som e auto-falante, a prótese auditiva funciona amplificando, ou seja, aumentando o som para chegar ao ouvido. Junto com este aumento podem ser utilizados recursos que ajudam a melhorar a qualidade deste som e, por consequência, melhorar a compreensão nos diferentes ambientes, sejam mais calmos ou com mais barulhos em volta.
Existem diferentes tecnologias de próteses auditivas. A escolha de uma delas não deve ser baseada simplesmente no poder de compra ou custo e, sim, associada às necessidades e limitações de cada caso. Mas, atenção, nunca compre um aparelho auditivo sem indicação médica e orientação de um fonoaudiólogo! A aquisição de prótese auditiva não pode ser comparada a escolha de uma armação de óculos. Ela precisa ser indicada pelo otorrinolaringologista e o paciente vai passar por teste domiciliar para saber se há ou não adaptação a um tipo de prótese auditiva. Cuidado com as lojas de aparelhos auditivos. Sem orientação médica, você pode ser enganado. Muitas vezes, o paciente precisa fazer um treinamento ou reabilitação auditiva para usar a prótese como se fosse uma “fisioterapia auditiva” com fonoaudiólogo especializado.

Modelos

Há próteses auditivas de diferentes modelos e com diferentes tecnologias. Conheça-os a seguir:

  • Caixa: muito utilizada na década de 80, a prótese é composta por uma caixa externa, de bolso, cinto ou lapela, contendo um microfone e amplificador com controles externos. Na caixa, é conectado um fio com o receptor acoplado em um molde auricular. É um dos tipos mais antigos de prótese auditiva, bastante potente e pode ser usada em portadores de deficiência múltipla ou em casos em que a fixação da prótese auditiva convencional não seja possível.
  • Retroauricular: a fixação desse modelo fica em cima da orelha e existem diferentes tamanhos. Possui controles internos de programação e compartimento de pilha. Os compartimentos internos como botão de volume ou de programa e a chave liga/desliga podem ser encontrados em alguns modelos.
  • Intracanal: este modelo possui sua fixação dentro do canal auditivo ou concha, pode ter controle interno ou externo com botão de volume, programação e compartimento de pilha.
  • Microcanal: é menor que o intracanal. Além do compartimento da pilha e controle interno, alguns modelos podem ter controle de programação.

Tecnologias

Há diferentes tipos de tecnologias para as próteses auditivas. São elas que transformam e aumentam o som que será ouvido pelo paciente. Vai depender do tipo de circuito que possuam. Conheça-os:

  • Analógico: nesse tipo de amplificação, o sinal elétrico produzido pela prótese auditiva é equivalente a onda sonora captada pelo microfone. Os ajustes são feitos manualmente através de chave de fenda. É pouco usado.
  • Digital: o som captado pelo microfone é transformado em sinal digital, modificado e transformado em som audível pelo usuário. As próteses auditivas digitais não são todas iguais. Existem diferentes maneiras do processador trabalhar, contando com ajuda de mais – ou menos – recursos, dependendo do aparelho auditivo convencional escolhido.

Cuidados

A grande maioria dos aparelhos não pode ser molhada ou usada na prática de exercícios físicos, pois pode cair ou umedecer com o suor. O usuário também não poderá dormir com o aparelho. A troca de bateria é constante e, dependendo do uso e do modelo, esse cuidado será feito de 48 a 72 horas em média.
Os aparelhos com molde podem dar efeito de oclusão – sensação de ouvido tampado e o som, apesar de ser claro, não é completamente natural por ser amplificado eletronicamente.

PRÓTESE IMPLANTÁVEL DE CONDUÇÃO ÓSSEA (B.A.H.A.® E PONTO®).

Indicada para casos de surdez por condução e mistas para crianças a partir de três anos de idade e adultos, para quem possua malformações do canal do ouvido e do ouvido médio, otites crônicas ou surdez total em um só ouvido.
Trata-se de um sistema que possibilita a percepção do som diretamente no ouvido interno – a cóclea – por vibração, através do osso do crânio, quando o ouvido externo e o médio estão bloqueados e não permitem que os sinais elétricos sejam discriminados como som pelo cérebro.
A prótese é composta por três partes – um processador de som, um pino de conexão e um implante de titânio similar ao implante de dente, implantado no osso atrás da orelha, responsável por transferir as vibrações sonoras diretamente à cóclea por meio da vibração óssea. O parafuso é totalmente biocompatível (a rejeição é muito rara) e o aparelho vibrador é uma prótese eletromecânica.

Cirurgia e cuidados

Antes da cirurgia serão feitos exames como audiometria e tomografia computadorizada. E poderão ser feitos testes com a prótese vibratória colocada em uma teara sobre o osso atrás da orelha.
Realizada com anestesia geral nas crianças, ou local para os adultos, na cirurgia implanta-se um pino (parafuso) de titânio no osso atrás da orelha, onde será encaixado o processador de som. Poderá ser realizada em uma ou duas etapas. Na primeira, o parafuso será fixado e coberto com a pele. Na segunda, a pele será aberta para encaixar o pino de sustentação. Após a cirurgia, o paciente poderá realizar as atividades diárias normalmente.
A prótese será colocada entre quatro e seis meses após a colocação do parafuso, ou seja, quando ocorre a osteointegração. O pino se fixa tanto que se mistura ao osso, exatamente como acontece nos implantes dentários. Só então a prótese será fixada no pino e acontecerá a ativação.
O pós-operatório é, geralmente, pouco dolorido. O curativo feito pelo médico no dia da cirurgia será mantido por dez dias. Depois disso, deverá limpar a região do pino de titânio diariamente usando escova com cerdas macias e, após um mês da realização da cirurgia, o paciente estará livre para fazer esportes de contato desde que use proteção especial. Viagens de avião estão liberadas.
Assim que o processador for colocado, sua bateria deverá ser trocada a cada 200 horas. A higiene do local deve ser mantida.

Resultados e vantagens

A ativação acontece, geralmente, em 12 semanas pós-cirurgia para os adultos e 24 semanas para crianças, depois de avaliação médica. De acordo com o grau da audição, o fonoaudiólogo ajustará a parte externa do processador de sinal, ensinará o paciente a colocar e retirar a pilha do aparelho externo e o orientará em relação manuseio e higiene da prótese. Haverá, depois, um acompanhamento periódico para a adaptação do som que está sendo ouvido e novos ajustes, se necessário.
A prótese implantável de condução óssea pode ser usada em todas as atividades diárias, exceto no momento do banho (ou na prática de esportes aquáticos), na realização de esportes de contato e ao dormir. Os resultados quanto à altura e qualidade da audição são bons, dependendo da discriminação do paciente. Se houver alguma complicação, o implante pode ser retirado e, caso aconteça pequenas infecções locais, são tratáveis.
Há duas marcas disponíveis para uso, o B.A.H.A.® (Bone Anchored Hearing Aid), da Cochlear Corporation (www.cochlear.com), aprovado pela ANVISA e o PONTO®, da Oticon (www.oticonmedical.com), em pro­cesso de aprovação.

VIBRANT SOUNDBRIDGE®.

O Vibrant Soundbridge® é um aparelho semi-implantável. Estimula diretamente os pequenos ossos do ouvido médio ou diretamente o ouvido interno, caso o aparelho seja acoplado na cóclea.
Composto por uma parte externa com processador de som – microfone, programador e bateria – e uma interna, implantada através de cirurgia no ouvido que faz vibrar mecanicamente as estruturas do ouvido médio. Desta forma, a vibração é transmitida ao ouvido interno. A parte externa não perfura a pele e pode ser escondida discretamente pelos cabelos. Ela se acopla à parte interna através de imãs que existem nas duas partes do aparelho.
Indicada para maiores de 18 anos – em casos selecionados pode ser implantado em crianças –, em pacientes que já usaram aparelhos de audição e não se adaptaram por causas diversas, para quem possui malformações de orelha externa ou média e quem tenha perda auditiva bilateral e estável nos últimos dois anos (perda auditiva neurossensorial moderada a severa, perda auditiva de condução e perda mista).

Cirurgia e cuidados

São necessários exames pré-operatórios como a audiometria e tomografia computadorizada e, para realizar a cirurgia, o paciente passará por testes com prótese vibratória para que se tenha uma previsão do resultado da cirurgia.
A cirurgia é realizada sob anestesia geral – com duração aproximada de duas horas –, é feito um corte atrás do ouvido e a abertura do osso que contém o ouvido (mastoidectomia), com acesso à orelha média para colocação do implante. O paciente tem alta no dia seguinte.
A cirurgia só será realizada, no entanto, se o paciente não tiver infecções na orelha média.
Entre os cuidados necessários pós-cirurgia estão: evitar esportes de contato, ou outras atividades que provoquem impacto no local da prótese, não deixar entrar água no ouvido até a liberação do médico, não realizar atividades físicas intensas ou carregar peso no mês seguinte à cirurgia e tomar as medicações prescritas adequadamente.
Há necessidade de retirar a parte externa quando for nadar, tomar banho ou dormir.

Ativação e Vantagens

A ativação do aparelho acontece depois de avaliação e liberação do médico, após oito semanas da cirurgia. Nesse dia, quando o aparelho for ligado, de acordo com o grau de audição, o fonoaudiólogo ajustará os graus necessários da parte externa do processador de sinal, ensinará o paciente a colocar e retirar a pilha do aparelho externo, além de orientá-lo em relação ao manuseio e higiene da prótese auditiva semi-implantável Vibrant Soundbridge®. Esse será o início de um acompanhamento periódico para a adaptação do som discriminado pelo paciente e novos ajustes, quando necessário.
Essa cirurgia não deixa perfuração na pele, a prótese melhora a qualidade sonora em alguns tipos de surdez quando comparada aos aparelhos auditivos convencionais, não há o efeito de oclusão – sensação de ouvido tampado – pois a orelha externa fica livre, ausência do efeito de microfonia e os resultados quanto à altura e qualidade de audição serão boas, dependendo da discriminação de sons do paciente.
Outras informações podem ser obtidas no site da Med-El, que é o fabricante – www.medel.com. O Vibrant Soundbridge® é aprovado pela ANVISA.

CARINA®.

Indicado para surdez neurossensorial, de condução ou mista, o Carina® é um sistema totalmente implantável do tipo eletromagnético. Implantado embaixo da pele (torna-se invisível pelo lado de fora), o aparelho é composto por um microfone que capta o som, um processador de som e um transdutor que conduz o som para os pequenos ossos da audição vibrando-os de forma semelhante ao processamento normal da audição. O microfone também é implantado embaixo da pele e não é perceptível.

Cirurgia e cuidados

Após a avaliação médica, contando com a avaliação de exames pré-operatórios como audiometria e tomografia computadorizada, o paciente realizará testes pré-cirúrgicos com a prótese vibratória colocada.
Depois da indicação para o uso do aparelho, é realizada a cirurgia no ouvido, com anestesia geral. O procedimento cirúrgico leva cerca de três horas e é feito da seguinte maneira: realiza-se um corte atrás da orelha, onde é aberto o osso que contém o ouvido – mastoidectomia. Então, o transdutor é acoplado em um dos ossículos da audição, que permanecem completamente intactos durante o procedimento cirúrgico. A alta hospitalar acontece, geralmente, no dia seguinte.
Após a cirurgia, o paciente não poderá deixar entrar água no ouvido operado até liberação médica, não realizar atividade física intensa ou carregar peso durante 30 dias após a cirurgia e evitar esportes de contato ou outras atividades que possam provocar impacto no local da prótese. A viagem de avião está liberada depois da cirurgia.

Ativação e vantagens

A ativação ocorre 12 semanas após a cirurgia. Com a liberação do médico, o paciente fará a avaliação da audição para ligar a prótese auditiva. De acordo com o grau de audição, o fonoaudiólogo ajustará os graus necessários e orientará o paciente para o uso da prótese totalmente implantável Carina®. Nessa consulta, o médico solicitará o acompanhamento periódico para a adaptação ao som que é ouvido e poderão ocorrer novos ajustes, quando necessário.
O Carina® é um implante invisível externamente, ou seja, ninguém saberá que o paciente usa um aparelho auditivo, proporcionando liberdade em participar ativamente das atividades diárias – profissionais, familiares e esportivas, incluindo a natação.
O paciente não precisa se preocupar com a umidade, o calor ou a transpiração, podendo nadar, tomar banho e trabalhar sem limitação. A orelha externa fica livre e a qualidade do som é mais natural.

Os resultados quanto à altura e qualidade da audição são bons, dependendo da discriminação do paciente. A bateria deve ser carregada diariamente através da acoplagem de um carregador junto à prótese durante 30 a 45 minutos (sua vida útil é de 15 anos). Após a colocação desse tipo de implante, é proibida a realização de ressonância magnética. E, por existir imã no implante, o usuário deve desligar seu dispositivo quando estiver em campo magnético muito forte como, por exemplo, detector de metal usado em aeroportos.
A prótese totalmente implantável Carina® é aprovada pela ANVISA, produzida pela Otologics e maiores informações podem ser obtidas pelo site www.otologics.org.

ESTEEM®.

indicada para pacientes maiores de 18 anos com perda auditiva neurossensorial bilateral de moderada a severa e estável, a prótese totalmente implantável Esteem® substitui o aparelho de audição convencional acústico. Para ser candidato à cirurgia, o paciente deve ter anatomia da orelha média e membrana timpânica normais, não ter infecção crônica do ouvido e ter experiência prévia com aparelho auditivo convencional adequadamente adaptado.
É conhecida como o “ouvido invisível”, pois nada aparece externamente. Possui uma bateria interna de longa duração como a de um marcapasso cardíaco, não tendo necessidade de ser recarregada. Sua recarga acontecerá entre sete e 10 anos de uso, dependendo do quanto foi utilizada, com anestesia local.
Este implante incorpora a membrana do tímpano como microfone e os pequenos ossos da audição detectam o sinal mecânico. A vibração da membrana do tímpano e dos primeiros ossículos do ouvido – martelo e bigorna – produzem uma energia elétrica que é captada por um sensor do tipo piezoelétrico, um tipo de material que, ao dobrar, gera energia. O sinal elétrico é enviado a um processador onde será filtrado, amplificado e transmitido como uma vibração para o último ossículo do ouvido (estribo) e para a orelha interna.
Para a implantação do Esteem® é preciso remover uma parte da bigorna. Se houver necessidade de reverter a cirurgia, será usada uma pequena prótese que refaz o ramo longo desse ossículo.

Cirurgia e cuidados

Para a realização da cirurgia são necessários exames pré-operatórios de audiometria e tomografia computadorizada e podem ser realizados testes com a prótese vibratória colocada antes do procedimento cirúrgico.
A cirurgia é feita sob anestesia geral e sua duração é de, aproximadamente, quatro horas. É feito um corte atrás do ouvido e abertura do osso que contém o ouvido (mastoidectomia). Atinge-se a orelha média com exposição dos pequenos ossos da audição e, então, remove-se o ramo longo da bigorna, realizando-se o posicionamento dos transdutores.
Logo após a cirurgia, o paciente deve evitar esportes de contato ou outras atividades que possam provocar impacto no local da prótese, não deixar entrar água no ouvido operado até o médico permitir, não realizar atividade física intensa e não carregar peso durante um mês. As medicações também devem ser tomadas adequadamente. O paciente poderá viajar de avião após a cirurgia.

Ativação e Vantagens

A ativação do aparelho acontece após 12 semanas da cirurgia e, depois da avaliação médica, o paciente faz avaliação da audição para ligar a prótese auditiva. Conforme os graus da audição, o fonoaudiólogo fará os ajustes necessários e o orientará para o uso da prótese totalmente implantável Esteem® solicitando o acompanhamento periódico para a adaptação ao som que é ouvido e novos ajustes, se necessário.
O usuário do Esteem® sentirá, após a ativação, que a qualidade sonora é superior aos aparelhos convencionais e as outras próteses implantáveis, pois não há microfone e o som é muito natural, igual ao que escutamos e pode ser utilizada em qualquer situação, incluindo o momento do sono, de atividades aquáticas – não se deve mergulhar a profundidade superior a 10 metros – e da prática de esportes.
Não há necessidade de carregar a bateria diariamente. Possui um controle remoto que liga, desliga, aumenta e diminui o volume, além de trocar a programação do aparelho para situações diferentes – com ruído externo e sem ele.
Fabricado pela Envoymedical, a prótese totalmente implantável Esteem é aprovada pelo FDA (EUA), CEE (Europa) e está em processo de aprovação pela ANVISA (Brasil). Maiores informações podem ser obtidas no site www.envoymedical.com.

IMPLANTE COCLEAR.

O implante coclear – o popular ouvido biônico – é indicado para pessoas com surdez severa e profunda. Trata-se de um equipamento eletrônico, computadorizado, que substitui totalmente o ouvido de pessoas que têm surdez total ou quase total. Ele estimula diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos colocados dentro da cóclea e o nervo auditivo leva os sinais elétricos ao cérebro que os interpreta como sons.
O implante coclear é composto por duas partes – externa e interna. A primeira contém um pequeno microfone, um processador de som e uma antena de transmissão. A interna é colocada dentro do ouvido por meio de uma cirurgia e possui uma antena de recepção que ficará embaixo da pele (seu tamanho é similar ao de uma moeda de 50 centavos) e um cabinho com eletrodos que é colocado dentro da cóclea por meio de uma cirurgia.
Funciona a bateria, ou a pilha, que podem ser compradas em qualquer lugar. Existem alguns modelos que possuem pilha ou bateria recarregável.
Para a cirurgia são necessários exames pré-operatórios de audiometria, BERA – potenciais auditivos evocados de tronco encefálico, emissões otoacústicas, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Indicado para crianças e adultos com perda auditiva neurossensorial profunda ou severa nas duas orelhas e que recebeu pequeno – ou nenhum benefício – com o uso do aparelho auditivo convencional, o implante coclear deve ser colocado em crianças desde meses de idade, dependendo da avaliação médica (atualmente, devido aos bons resultados obtidos, é recomendado implantar nos dois ouvidos). Em relação aos adultos, não há limite de idade desde que o paciente tenha condições clínicas de ser submetido à cirurgia.

Cirurgia

Realizada com anestesia geral, com duração aproximada de duas horas e meia, a cirurgia se inicia com um pequeno corte atrás da orelha. Acontece, então, uma mastoidectomia – abre-se o osso que contém o ouvido até atingir a cóclea. Nela, é realizada uma pequena abertura e os eletrodos são inseridos em seu interior. O processador interno é colocado embaixo do couro cabeludo, atrás da orelha – o paciente sentirá uma pequena saliência no local.
A alta hospitalar acontece no dia seguinte da cirurgia e os pontos serão retirados após duas semanas. É possível viajar de avião assim que o paciente tiver alta hospitalar.

Ativação

Inicia-se com a fixação da antena externa do implante coclear com o imã interno do aparelho. A integridade do feixe de eletrodos é verificada. São medidos os níveis mínimos e máximos de estimulação baseados nas respostas do nervo auditivo ou nas respostas comportamentais. A partir deste momento inicia-se o processo de programação e adaptação do paciente ao implante coclear, realizando-se consultas de rotina com o fonoaudiólogo.

Vantagens

Os resultados do implante coclear podem apresentar várias respostas diferentes, dependendo da idade e da causa da surdez, se pré ou pós-lingual. Para muitos pacientes, possibilita uma audição semelhante à anterior, permitindo, em alguns casos, até falar ao telefone. Em outros, permite reconhecer os sons ambientais e o ritmo da fala, ajudando a leitura labial. E, em casos raros, pode não funcionar bem. Na maioria dos casos, quanto mais tempo a pessoa ficou sem ouvir, pior é o resultado do implante.
O som que o implantado escuta também não é igual ao ouvido normalmente, pois se trata de um som digital. Atualmente, muitos implantados entendem e apreciam a música.
Entre os inúmeros benefícios do implante coclear estão a melhora da fala, o controle do volume vocal, a melhoria da capacidade de comunicação e sociabilização, o aumento da auto-estima e independência, além de diminuir a depressão.

Cuidados

É proibida a realização de ressonância magnética, exceto em condições especiais. Existem alguns modelos que permitem a realização desse exame com cuidados especiais – deve ser retirado o imã contido no implante através de uma pequena cirurgia feita com anestesia local. O implante é composto por um metal que é atraído pelo aparelho de ressonância e pode causar complicações graves.
O usuário de implante coclear deve avisar ao médico sempre que submetido a uma cirurgia, pois não é permitido o uso de bisturi elétrico em pacientes que usam implante coclear.
Existem quatro marcas disponíveis no Brasil – Cochlear (www.cochlear.com), Med-El (www.medel.com), Neurelec (www.neurelec.com) e Advanced Bionics (www.advancedbionics.com). Todas aprovadas pela ANVISA.